Ataque Hacker à Prefeitura de Rio Preto é Ransomware; Invasores Deixam Mensagem Ameaçadora

Ataque Hacker à Prefeitura de Rio Preto é Ransomware; Invasores Deixam Mensagem Ameaçadora

Em um dos maiores incidentes de segurança digital de sua história, a Prefeitura de São José do Rio Preto teve seus sistemas paralisados por um ataque de ransomware nesta quinta-feira (5). A ação criminosa não apenas derrubou serviços essenciais, mas também bloqueou computadores e, segundo os próprios hackers, resultou no roubo de dados do município. Uma mensagem deixada nos terminais revela as intenções do grupo e ameaça a administração.

A tranquilidade da manhã desta quinta-feira foi abruptamente interrompida para a administração municipal de São José do Rio Preto. Um ataque hacker de grande escala atingiu o coração tecnológico da cidade, afetando a totalidade dos sistemas da Prefeitura. O impacto foi imediato e severo, com a Secretaria de Saúde sendo uma das áreas mais criticamente atingidas.

Como consequência direta, o atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBS) foi severamente prejudicado. A orientação da administração é que a população só procure as UPAs em casos de estrita urgência e emergência para evitar o colapso do sistema. Serviços vitais como o telefone do SAMU (192), o laboratório municipal e o sistema “Aprova Digital” da Secretaria de Obras também foram paralisados.

O Recado dos Criminosos

A natureza do ataque foi confirmada através de uma mensagem deixada pelos hackers nos computadores da prefeitura, um arquivo de texto intitulado “SUA REDE HACKEADA!”. No texto, escrito em português e inglês, os criminosos afirmam ter as chaves para descriptografar os arquivos e fazem uma ameaça direta:

“Somos os únicos com as chaves de descriptografia! Também temos algumas cópias dos dados da sua empresa”, inicia a mensagem.

Os invasores instruem a prefeitura a não buscar ajuda externa e a contatá-los o mais breve possível para evitar o vazamento de dados. “Para evitar vazamento de dados pessoais e desbloquear computadores criptografados, entre em contato conosco o mais breve possível. Também não recomendamos buscar ajuda de intermediários ou autoridades policiais, pois isso só piorará a situação.”

A mensagem especifica um endereço de e-mail para o contato (david@2mail.co) e instrui que o assunto seja “REDE-EMPRO”. Os hackers alegam que bloquearam os computadores usando a criptografia do BitLocker e alertam: “Atenção: não tente recuperar os dados você mesmo, senão você danificará o disco e os dados nele, e será impossível descriptografar a informação!”.

Resposta Imediata e Investigação em Curso

Em nota oficial, a Prefeitura de Rio Preto confirmou o ataque e informou que “as autoridades competentes ligadas a crimes cibernéticos já foram acionadas e acompanham o caso de perto”.

A Empresa Municipal de Processamento de Dados (Empro), responsável pela infraestrutura tecnológica do município, detalhou as medidas que estão sendo tomadas. “Imediatamente após a identificação do ataque, a Empro adotou todas as medidas cabíveis para isolar os equipamentos afetados, iniciar o processo de restauração dos sistemas e backups e apurar rigorosamente as causas do incidente”, afirmou a empresa.

Apesar da gravidade, a Empro assegurou que, por uma questão de segurança, os serviços foram temporariamente suspensos, mas que, segundo as primeiras análises, os bancos de dados não foram comprometidos — uma informação que contrasta diretamente com a alegação dos hackers de que possuem cópias dos dados.

Um Ataque Direto à População

A Empro revelou um dado alarmante que coloca o incidente em perspectiva: a empresa enfrenta, diariamente, mais de 12 mil tentativas de ataques cibernéticos.

“No entanto, este ataque específico ultrapassou as barreiras digitais, comprometeu a estabilidade operacional da Prefeitura e, por isso, é considerado um ataque direto à população rio-pretense”, declarou a empresa.

Com a revelação da mensagem, o incidente se classifica como um ataque de ransomware com dupla extorsão: os criminosos exigem pagamento não apenas para liberar o acesso aos sistemas, mas também para não vazar publicamente os dados supostamente roubados. Enquanto as equipes de tecnologia trabalham na recuperação, a cidade enfrenta um impasse crítico, com seus serviços e dados sob ameaça.

Por Diogo Neves, Redator e Jornalista Especializado em Tecnologia – Rarduér

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